A mulher com visual steampunk andava pelas áridas terras
vermelhas de um deserto. Os óculos redondos de aviador a ajudava a manter os
olhos abertos em meio a tanta poeira. Usava um poncho cinza com detalhes
bordados em vermelho vinho. Componentes metálicos faziam parte de seu vestido e
uma forte bota do exército, mais uma pistola com partes cromadas completavam a
vestimenta.
Ao chegar à beira de um
penhasco, ela parou. Concentrou-se em sua respiração. O ar entrando e saindo de
seus pulmões. Começou a ouvir passos aproximando-se atrás dela. Virou-se e
encarou o velho homem barbudo de óculos escuros.
Nenhum dos dois ousou se
mexer. Por uns dois minutos apenas o som do vento quebrava o silêncio.
O homem, com estranha
rapidez, deu o primeiro golpe, jogando uma rajada de energia em sua direção. A
mulher desviou-se, ao mesmo tempo em que alcançava sua arma modificada.
Enquanto a apontava, vários mecanismos e partes fumegantes se acoplaram,
tornando-se uma enorme arma de guerra.
Apenas um tiro foi o
suficiente. O homem caiu no chão, sem reação alguma. Ela colocou a arma de
volta no coldre. Tirou do bolso um velho gravador de fita K7 e apertou para o
botão vermelho.
“Alvo eliminado”, disse,
sem emoção.
Ela nunca mais foi
vista.
Conto
de Lucas Beça
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