É mil
oitocentos e poucos. Um forasteiro entra em um bar. Usa um poncho em que
esconde seu coldre com duas pistolas carregadas. Ele acha que os outros não
sabem disso, mas a verdade é que qualquer homem que vive ali sabe que pelo
menos uma carregada é necessária. Ele chega ao balcão, tira o chapéu, o coloca
sobre a superfície de madeira e diz.
“Uma
rodada pra todo mundo! Acabei de roubar um banco e tô cheio da grana!”
Todos
brindam, gritam e assobiam, exceto três homens, que se levantam e encaram o forasteiro.
Ele arregala os olhos. O mais baixo dos três tem uma estrela sobre o colete.
“Calma!
Calminha pessoal... É brincadeira. Brincadeirinha.”
Eles
tornam a se sentar, mas ainda de olho nele. Os outros resmungam e lamentam a
rodada não acontecer.
“Ei, mas
que lamúria toda é essa? A rodada ainda está de pé!”
Eles
voltam a brindar, gritar e assobiar. Alguns se levantam e vão encher os copos
no balcão.
“Mas eu
também quero putas! Pelo menos duas.”
Uma das
prostitutas desce pela escada, o encarando seriamente.
“Que tal
um pouco de respeito?”
Continua
a encará-lo.
“Desculpa
senhorita, não vai acontecer novamente.”
Ela
levanta a cabeça, ainda séria, mas depois o pega pela mão e leva-o para cima.
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