E antes mesmo de terminar o café da manhã, eu já estava pensando no que fazer pro almoço.Lembrei que a Silvana me havia dado uma receita de um cupim assado que ela fez, e que segundo ela ficou espetacular.
Terminei o café e a leitura do jornal e desci pra feira pensando num suculento e fresco maço de agrião. A Silvana só tinha me falado da carne, mas eu queria dar uma incrementada. Antes, passei na barraca da Rose pra ver umas frutas e levei um abacaxi perola que a barraqueira me garantiu ser um mel. Depois fui na barraca dos legumes e verduras pra comprar o tal agrião, e ele tava do jeito que eu tinha pensado.
Então fui em busca do cupim. Deveria ser uma peca de uns dois quilos mais ou menos pra poder caber na forma que eu tenho, mesmo porque, só quem iria almoçar era eu, a patroa e os três moleques. E ainda ia sobrar, porque lá em casa tudo mundo come pouco.
Missão cumprida e lá fui eu todo feliz. Abri a geladeira pra poder dar uma olhada no segredo da receita: um creme de alho que a Silvana recomendou. A minha intenção era fazer um arroz branco, o tal cupim servido com o molho de alho e uma salada de agrião. Pra acompanhar tinha um cabernet sauvignon esperando ser aberto.
Temperei o cupim só no sal e envolvi no papel alumínio. O forno já estava pré-aquecido havia uns 15 minutos. Botei lá na minha assadeira pequena. Enquanto aguardava a carne ser assada preparei o arroz e a salada. O tempo exato de forno eu não sei, mas o pessoal já tava aborrecido com a demora do almoço que enfim saiu.
Fartura geral naquela mesa e depois ninguém quis nem tirar a mesa, quem dirá lavar a louça. A combinação confesso que me surpreendeu e o resultado foi melhor que o esperado. Quando fui servir a sobremesa tive uma surpresa não muito agradável. O abacaxi pérola realmente era um mel como a Rose havia dito, mas o problema foi na hora de descascar. Cortei meu dedo. Poxa tava tudo tão perfeito naquele domingão! Mas o corte apesar de profundo, não mereceu maiores cuidados. Depois de muito sangrar, fiz um curativo e pronto.
Quase quatro da tarde e fui me aconchegando no tapete da sala enquanto minha esposa cuidava do jardim e os moleques brincavam no quintal - cada um tem seu ritmo pra fazer digestão né? O cochilo no meu caso, era necessário não por conta daquela preguicinha de domingo, mas pra recarregar as baterias pra enfrentar a semana seguinte. Acordei a tempo de ver o jogo de futebol começar, mas fui surpreendido por minha esposa dizendo que eu não estava em condições de pilotar o controle remoto: “Quem mandou se cortar? Agora eu tomo conta do controle. A não ser que você queira ir assistir lá no quarto!”
Como vemos, realmente o domingo “poderia” ter sido perfeito.
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