Gustavo
do Carmo
Era
um vampiro e todos sabiam. Só entrava quando convidado. Por isso, seus
colegas de faculdade resolveram destruí-lo. Jogaram-lhe água benta.
Agradeceu-os pelo refresco. Tentaram queimá-lo com um crucifixo. Nada
aconteceu. Acenderam um refletor de câmera na sua cara. Seus olhos doeram
muito.
A
turma de caça-vampiros da faculdade ficou animada. “Finalmente
conseguimos.”, disse a líder do grupo. Mas Vladimir não morreu. Até que eles lhe cravaram uma estaca no
coração. Golpe certeiro. Vladimir morreu na hora. Não virou cinzas.
Mercedes, líder do grupo, e seu namorado, Clementino, foram presos em
flagrante.
Vladimir
era um vampiro e todos sabiam. Não um vampiro sobrenatural. Não chupava sangue. Sugava apenas a atenção e a paciência dos seus colegas. E
mordia quando não lhe davam importância.
É
claro que ele não morreu com a água benta, nem com o crucifixo. Sentiu a luz na
cara porque tinha fotobia. Só usava óculos escuros na faculdade. Mas levar
uma estaca afiada no coração ninguém resiste, né?
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