Crônica de Gustavo do Carmo
Quando eu era jovem, lembro de um
comercial da década de 90, em que um homem de 40 anos dizia algo assim: “Quando
eu tinha 18 anos, todo mundo ria da minha namoradinha de 40. Agora que eu tenho
40, quero ver alguém rir da minha namorada de 18”.
Desde os dez anos sempre gostei
de mulheres mais velhas e lutava pelo direito de homens se casarem com mulheres nascidas antes deles. Sou fruto de um casamento em que a minha mãe é nove anos a mais de vida que o meu pai. Achava (e ainda acho) indecente uma mulher jovem casada
com um velho.
Claro que as mulheres mais velhas
sempre me rejeitavam. E as mais novas ainda eram crianças. Fui crescendo e já tinha dezoito
anos ainda desejando as mulheres mais velhas. Mas estas já estavam
casadas, algumas com filhos. As mais novas ainda eram menores de idade e imaturas.
Quando cheguei aos trinta, já
passei a me sentir atraído, finalmente, pelas mulheres mais novas. Com no
mínimo vinte. Ainda assim, me sentia um pedófilo. As da minha idade também me
atraíam desde sempre. Só que as de 40 já estavam começando a ficar velhas para
mim. As de 30 já tinham filhos, na maioria.
Agora que eu tenho 40, as
mulheres de 45 já estão quase no final da vida fértil. É um risco para elas ter
filhos nessa idade, embora minha mãe tenha me tido com 42. Cinquenta ainda dá. Para um romance breve. Sessenta para cima? Sem chance!
Então passei a priorizar as mulheres de 25, pois estas raramente têm filhos e eu não quero cuidar de filhos dos outros.
Então passei a priorizar as mulheres de 25, pois estas raramente têm filhos e eu não quero cuidar de filhos dos outros.
Com 18, 20, 30 ou 40, nunca tive
mulher nenhuma. Seja mais nova ou mais velha. Se um dia conseguir namorar
alguém, serei o vovozão de 60 anos com uma garota de 25. Um tipo de casal que
eu sempre critiquei. Provarei do meu próprio veneno.
0 Comentários