ANALISANDO - COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ


Por Gustavo do Carmo


O nosso amigo e colaborador Ed Santos está tão ocupado com o seu novo empreendimento comercial que não está tendo tempo para postar suas crônicas dominicais no Tudo Cultural. Não quero substitui-lo, mas algumas circunstâncias me obrigam. Portanto, enquanto ele não vem, vou retomar a resenha literária, que mudará de dia quando ele voltar.

Será uma resenha diferente. Vou destacar os pontos fortes e fracos de cada livro, embora possa ser acidamente sincero em algumas avaliações. Começo com Como se não houvesse amanhã - 20 contos inspirados em músicas da Legião Urbana, organizado por Henrique Rodrigues para a Editora Record.

O escritor carioca teve a ótima ideia de reunir dezenove fãs confessos da banda brasiliense liderada por Renato Russo e encomendar a eles contos inspirados em suas músicas, especialmente Eduardo e Mônica, Faroeste caboclo, Será e Que país é este. A paixão pelo grupo musical era o pré-requisito para participar da antologia.

Além do próprio organizador, também fã, estão presentes Alexandre Plosk, Ana Elisa Ribeiro, Carlos Fialho, Carlos Henrique Schroeder, Daniela Santi, João Anzanello Carrascoza, Manoela Sawitzki, Marcelo Moutinho, Mariel Reis, Maurício de Almeida, Miguel Sanches Neto, Nereu Afonso, Ramon Mello, Renata Belmonte, Rosana Caiado Ferreira, Sérgio Fantini, Susana Fuentes, Tatiana Salem Levy e Wesley Peres.

Os vinte contos têm o mesmo título das músicas. Em ordem de apresentação: Será (Daniela Santi), Ainda é cedo (Nereu Afonso), Por enquanto (Renata Belmonte), Acrilic on canvas (Henrique Rodrigues), Eduardo e Mônica (Rosana Caiado Ferreira), Tempo Perdido (Tatiana Salem Levy), Música Urbana 2 (Sérgio Fantini), Andrea Doria (Ana Elisa Ribeiro), Que país é este (Alexandre Plosk), Faroeste caboclo (Carlos Fialho), Há tempos (Carlos Henrique Schroeder), Pais e filhos (João Anzanello Carrascoza), Quando o sol bater na janela do seu quarto (Susana Fuentes), Monte Castelo (Wesley Peres), Meninos e Meninas (Miguel Sanches Neto), Sereníssima (Ramon Mello), Vento no litoral (Marcelo Moutinho), Giz (Manoela Sawitzki), Música de trabalho (Mariel Reis) e Sagrado Coração, de Maurício de Almeida.

Nem todos os contos me agradaram. Muita reflexão, poesia demais e narrativa arrastada de alguns contos são os motivos. Por outro lado, destaco Será, Faroeste Caboclo e Meninos e Meninas. Por enquanto, Há tempos, Pais e filhos e Giz me emocionaram. Eduardo e Mônica e Que país é este me decepcionaram. Ainda é cedo, Monte Castelo e Sereníssima sequer li direito, tamanha complexidade do texto. Senti a falta de um conto inspirado na música Quase sem Querer.

A capa, mostrando um disco de vinil e o associando a uma órbita, é simples e criativa mas não chega a ser bonita. A diagramação é boa. As letras são fáceis de ler e as páginas levemente amareladas relaxam. O livro custa R$ 32,90 e tem 160 páginas. Custo de vinte centavos por página ou 4,86 páginas por cada real gasto.


Pontos fortes:
+ Proposta do livro
+ Índice com os contos divididos por álbuns do grupo
+ Melhor conto: Será
+ Boa surpresa: Faroeste Caboclo


Pontos fracos:
- Falta de um conto inspirado em Quase sem querer
- Textos complexos de alguns contos
- Pior conto: Sereníssima
- Decepção: Eduardo e Mônica

Veredicto por contos:

Será: Adorei
Ainda é cedo: Não entendi
Por enquanto: Me emocionei
Acrilic on canvas: Gostei
Eduardo e Mônica: Esperava mais
Tempo perdido: Me emocionei
Música urbana 2: Não entendi
Andrea Doria: Não gostei
Que país é este: Não gostei
Faroeste caboclo: Gostei
Há tempos: Me emocionei
Pais e filhos: Me emocionei
Quando o sol bater na janela do seu quarto: Não gostei
Monte Castelo: Não gostei
Meninos e meninas: Gostei
Sereníssima: Não entendi
Vento no litoral: Mais ou menos
Giz: Me emocionei
Música de trabalho: Mais ou menos
Sagrado coração: Não entendi


Avaliação Geral: ***

SOBRE O LIVRO

Como se não houvesse amanhã
Organizador: Henrique Rodrigues
Record
2010
Formato (a x l): 21x14 cm
160 páginas
Preço sugerido: R$ 32,90

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