24.08.09: 110 anos de Borges

por Miguel Angel

Borges, José Francisco Isidro Luís
Escritor e autodidata, nascido na cidade de Buenos Aires, então capital da Argentina, em 1889. Não é conhecida a data da sua morte, dado que os jornais — gênero literário da época — desapareceram ao longo de vastos conflitos de que os historiadores regionalistas hoje nos dão conta. As suas preferências foram para a literatura, a filosofia e a ética. Aquilo que do seu trabalho chegou até nós informa-nos suficientemente sobre o primeiro ponto, ao mesmo tempo que deixa entrever incuráveis limitações.

(Esta foi uma irônica biografia que Borges escreveu dele próprio, como se fosse o verbete de uma futura enciclopédia, a ser publicada em 2074 em Santiago do Chile, na qual seria tratado como um escritor secundário. Nesse verbete, sequer seu próprio nome estaria bem escrito...em vez de Jorge Francisco Isidoro Luis Borges, apareceria como José Francisco Isidro Luis Borges. E além disso, em vez de seu ano real de nascimento, 1899, apareceria "1889". Na parte de 'comentários' desta postagem, o futuramente apócrifo verbete completo).


“A memória é uma forma de esquecimento”, costumava provocar o escritor Jorge Luis Borges (1899-1986), cujo maior sonho, afirmava, era o de ser esquecido por seus leitores. O desejo de Borges não pode ser cumprido pelos argentinos, que nesta segunda-feira dia 24 celebram os 110 anos de seu nascimento em Buenos Aires.

O autor de “O Aleph”, “O informe de Brodie”, “Ficções” e “História Universal da Infâmia”, com seu estilo conciso e erudito – além de opiniões polêmicas e olhar irônico sobre a vida - marcou a literatura argentina e mundial do século XX.

Borges é atualmente figura “pop” (ele aparece em camisetas e pôsteres, que recordam sua obsessão pelo tempo, punhais e labirintos) até virou personagem de comic. Não é à toa que – em alusão a outro mito argentino - já foi chamado popularmente de “o Maradona da literatura”.

Borges, como personagem principal do comic policial noir-surrealista "Perramus", de Alberto Breccia. Borges retorna, como detetive, à procura do sorriso de Gardel.

(por Ariel Palacios, correspondente em Buenos Aires de O Estado de S.Paulo. Master em Jornalismo pela Universidad Autónoma de Madrid/Jornal "El País".

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1 Comentários

Ed Santos disse…
Borges, sempre Borges.

"Ficções" é totalmente real!!!

PAZ!
ES