Conto de Gustavo do Carmo
— Por que você fica vendo outas mulheres nuas se pode me ver na hora que quiser?
— Você aguenta transar comigo a toda hora? — Perguntou Jorge, de forma sarcástica.
Ao que Monique devolveu no mesmo tom:
— E você vai ficar se masturbando a toda hora?
— Claro que não! Foi apenas uma força de expressão. O que eu quis dizer é que você nem sempre vai estar disponível para fazer sexo. Assim, quando eu estiver com vontade de dar uma aliviada, tenho sempre as minhas meninas.
— E por que você não pensa em mim?
— Não consigo. Não tenho boa memória.
— Então usa uma foto minha. Você tem várias delas.
— Todas vestidas.
— Usa a imaginação, ué?
— Se eu usar a imaginação não vai ser você de verdade. Estarei pensando em outra mulher e você não vai gostar.
— Mas você já me viu nua.
— Vi, mas esqueci.
— Então eu não sou inesquecível?
— Claro que é, meu amor! Mas, como eu disse, eu não tenho memória boa. Me manda umas fotos suas sem roupa, então.
— Eu não posso, meu amor. Sou jornalista. E se as fotos caírem na internet, eu posso ser demitida da emissora.
— Você não confia em mim?
— É claro que eu confio. Mas podem roubar seu celular. Ou hackers podem invadir o seu computador e vazarem as fotos.
— Eu tiro na minha câmera digital antiga.
— Está bem. Mas olha lá, hein! Se colocar na internet, vou terminar tudo e te processo.
— Tudo bem, meu amor.
— Claro que não! Foi apenas uma força de expressão. O que eu quis dizer é que você nem sempre vai estar disponível para fazer sexo. Assim, quando eu estiver com vontade de dar uma aliviada, tenho sempre as minhas meninas.
— E por que você não pensa em mim?
— Não consigo. Não tenho boa memória.
— Então usa uma foto minha. Você tem várias delas.
— Todas vestidas.
— Usa a imaginação, ué?
— Se eu usar a imaginação não vai ser você de verdade. Estarei pensando em outra mulher e você não vai gostar.
— Mas você já me viu nua.
— Vi, mas esqueci.
— Então eu não sou inesquecível?
— Claro que é, meu amor! Mas, como eu disse, eu não tenho memória boa. Me manda umas fotos suas sem roupa, então.
— Eu não posso, meu amor. Sou jornalista. E se as fotos caírem na internet, eu posso ser demitida da emissora.
— Você não confia em mim?
— É claro que eu confio. Mas podem roubar seu celular. Ou hackers podem invadir o seu computador e vazarem as fotos.
— Eu tiro na minha câmera digital antiga.
— Está bem. Mas olha lá, hein! Se colocar na internet, vou terminar tudo e te processo.
— Tudo bem, meu amor.
E Monique topou posar nua para o namorado, que usou a sua Sony Cybershot de quinze anos atrás. Tirou uma de frente, para mostrar os seios e os pelos pubianos fartos, outra de costas, para mostrar o bumbum arredondado, uma terceira deitada de barriga pra cima, uma quarta, de bruços, para realçar o bumbum, a quinta, de frente, mas apoiada, entre outras.
As fotos foram muito úteis para matar as saudades de Monique, que teve que fazer três viagens internacionais consecutivas como repórter: uma para cobrir uma viagem do Presidente da República, outra para mostrar os investimentos em Dubai e a terceira para mostrar as belezas do Caribe.
E foi nesta última viagem que Monique conheceu um bilionário grego radicado em São Paulo. Largou Jorge com a desculpa de que ele dava mais atenção às belas fotos que tirou dela e foi morar com Nikolas no estado vizinho.
Revoltado com a traição, Jorge se vingou divulgando as fotos nuas dela na internet. Foi processado. Ficou pobre. Ela ficou ainda mais rica, como o seu novo marido, sem precisar do emprego de jornalista que perdeu por causa do vazamento das fotos. Virou influencer digital, ganhando um milhão de reais por mês com publicidade.
***
Este foi o último conto inédito do meu arquivo. É o conto que encerra a temporada do Tudo Cultural neste difícil ano de 2022 para mim.
Ano que ficará marcado para sempre pela morte da minha irmã e ano em que o TSE elegeu um condenado em três instâncias por corrupção para presidente da república, descondenado por uma manobra do STF e dos advogados do criminoso, protegidos pelo "supremo" tribunal federal.
A partir de agora, postarei no Tudo Cultural somente reprises ou se eu achar algum texto inédito nos meus arquivos. Se me der vontade, volto a escrever. Mas, no momento, estou completamente desanimado, deprimido.
Os fatos que eu citei acima são apenas dois motivos que me desestimulam a manter o Tudo Cultural. Também sofro com a falta de compreensão das pessoas, especialmente o meu pai e meu cunhado, viúvo da minha irmã, com o meu autismo, com a pão-durice, o terrorismo psicológico-financeiro e cinismo do meu pai e com o Alzheimer da minha mãe. O meu próprio autismo também me desestimula.
Só levo o Tudo Cultural e o Guscar adiante por causa da necessidade de manter uma ocupação para produzir, postar os textos e divulgar. Senão, já teria chutado o balde.
Nas próximas semanas, posto os contos de Natal e Ano Novo, também reprises, depois reapresento alguns textos de 2022 e, em fevereiro, abro a "temporada" de 2023 inteiramente com reprises. Se eu cansar, aí sim, encerro completamente os trabalhos do Tudo Cultural.
Espero que tenham paciência com a temporada de reprises que virá no ano que vem e continuem prestigiando o blog, recordando os antigos contos.
Quero deixar o meu agradecimento pela audiência e aos colaboradores que passaram por aqui durante os 17 anos do Tudo Cultural, principalmente o Lucas Beça, o único que sobrou.
Feliz Natal, Feliz 2023 e até breve.
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