Microcontos de Gustavo do Carmo
Mascarada
Era uma pessoa mascarada. Nunca enganou ninguém. Sua máscara era uma proteção contra o ar poluído.
Máscara caiu
Sua máscara caiu. Pegou-a no chão, recolocou no rosto e continuou curtindo o seu baile de carnaval.
Caras
Não deu as caras. O fabricante de máscaras foi assassinado pelo ladrão que assaltou a fábrica.
Caras II
Não deu mais as caras. Passou a cobrar pelas máscaras do grupo de bate-bolas.
Caras III
Deu as caras. O freguês insatisfeito voltou para reclamar das máscaras.
Jornalista
Caiu a máscara de jornalista simpática e generosa. No baile de carnaval, a repórter de TV viu que o seu disfarce quebrou e assumiu a verdadeira identidade de interesseira, esnobe e arrogante.
Barbeiro
Pôde, enfim, ir ao barbeiro, que estava fechado havia mais de um mês por causa da quarentena. Não quis tirar a máscara obrigatória, para não pagar multa à prefeitura. Desistiu e voltou para casa barbudo.
(inspirado em carta do leitor Roberto Feijó no Jornal O Globo)
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