Ele
pegou o dinheiro que Helen havia lhe dado pela televisão e desceu as escadas em
direção ao apartamento da síndica.
Bateu
na porta.
A
senhora abriu a porta e o olhou com cara de poucos amigos.
- Bom
dia, dona Teresa. Como vai a senhora?
Ela
levantou as sobrancelhas um pouco.
- Hummm.
- Bom,
bom, ele disse.
Entregou
o dinheiro a ela.
- Aqui.
O dinheiro do restante do aluguel.
Ela
pegou. Contou. Colocou na prateleira próxima a porta.
- E o
desse mês?
- Então,
tô providenciando.
- Hummm.
Ficaram
em silêncio durante um tempo. Ele desviou o olhar.
- Então...
Eu já vou indo, deixar você com os seus afazeres.
Ele ia
saindo. A velha ficou olhando ele.
Então
ele parou. Deu meia volta.
- A
senhora não.... Hã... Sabe de alguém que está precisando pra trabalhar não? Qualquer
coisa.
Ela
ficou pensando.
- Trabalha
bem?
- Opa,
claro.
Ela
olhou para o teto, como se procurasse alguma coisa.
- Eu
estou precisando de alguém para limpar os corredor. A mulher que limpava foi
visitar a mãe doente no norte e só vai voltar daqui a duas semanas. E precisa
pintar o corredor do térreo também.
- Claro,
claro, faço sim. Eu mesmo que pintei o apartamento quando eu entrei. Pode ficar
tranquila.
Ela
ficou encarando Augusto.
-
Hummm... Eu pago 80 pra mulher. Tá bom pra você?
- Tá
ótimo, dona Teresa.
- E 80 também
pela pintura.
Só 80
pela pintura?, pensou. Mas não podia recusar.
- Sim,
sim, pode comprar a tinta.
Ela
olhou para o teto novamente.
- Então
tá. Hoje eu compro a tinta. Quando chegar eu te aviso.
Augusto
saiu dali contente pra caralho por dentro. Mas não deixou transparecer. Era um
profissional.
Último
capítulo do conto de Lucas Beça
Primeiro capítulo
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