De tubo, 29 polegadas: Cinco



Ele pegou o dinheiro que Helen havia lhe dado pela televisão e desceu as escadas em direção ao apartamento da síndica.
Bateu na porta.
A senhora abriu a porta e o olhou com cara de poucos amigos.
- Bom dia, dona Teresa. Como vai a senhora?
Ela levantou as sobrancelhas um pouco.
- Hummm.
- Bom, bom, ele disse.
Entregou o dinheiro a ela.
- Aqui. O dinheiro do restante do aluguel.
Ela pegou. Contou. Colocou na prateleira próxima a porta.
- E o desse mês?
- Então, tô providenciando.
- Hummm.
Ficaram em silêncio durante um tempo. Ele desviou o olhar.
- Então... Eu já vou indo, deixar você com os seus afazeres.
Ele ia saindo. A velha ficou olhando ele.
Então ele parou. Deu meia volta.
- A senhora não.... Hã... Sabe de alguém que está precisando pra trabalhar não? Qualquer coisa.
Ela ficou pensando.
- Trabalha bem?
- Opa, claro.
Ela olhou para o teto, como se procurasse alguma coisa.
- Eu estou precisando de alguém para limpar os corredor. A mulher que limpava foi visitar a mãe doente no norte e só vai voltar daqui a duas semanas. E precisa pintar o corredor do térreo também.
- Claro, claro, faço sim. Eu mesmo que pintei o apartamento quando eu entrei. Pode ficar tranquila.
Ela ficou encarando Augusto.
- Hummm... Eu pago 80 pra mulher. Tá bom pra você?
- Tá ótimo, dona Teresa.
- E 80 também pela pintura.
Só 80 pela pintura?, pensou. Mas não podia recusar.
- Sim, sim, pode comprar a tinta.
Ela olhou para o teto novamente.
- Então tá. Hoje eu compro a tinta. Quando chegar eu te aviso.
Augusto saiu dali contente pra caralho por dentro. Mas não deixou transparecer. Era um profissional.


Último capítulo do conto de Lucas Beça


Primeiro capítulo

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1 Comentários

Luiz Gomes disse…
Boa noite parabéns pelo conto. Acompanharei com prazer.