Lívia estava sentada na calçada, em
frente à sua casa, com a bolsa jogada de um lado. Marcelo atravessou a rua,
parou e encostou no poste, com os braços cruzados.
E aí?
Pô, que demora do caralho, viu.
Ele riu.
Eu acho que eu perdi a minha chave.
Deve estar aí na bolsa.
É, deve estar. Mas tem tanta coisa aí
dentro que eu não achei.
Ele deu a mão para ajudá-la a se
levantar.
Ela ficou de pé. Sentiu uma leve
tontura. Apoiou-se em Marcelo. Começou a rir.
Você precisava tá lá, Marcelo. Tava bom
demais.
Pois é, tô vendo.
Ajeitou a saia. Ele pegou a bolsa do
chão.
Você não tem a cópia da chave que eu te
dei?
Ela olhou para os lados. Ninguém na
rua. O céu já estava azulado escuro. Voltou-se para ele, que a olhava
fixamente.
Que foi?
Nada.
Só que você não me deu chave nenhuma.
Quê? É lógico que eu te dei.
Ele não se conteve e começou a rir.
Seu idiota. Abre logo isso aí.
Quinto capítulo do conto de Lucas Beça
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