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Ontem
eu e Karen tivemos nossa primeira briga.
Não foi
bem uma briga, briga. Foi mais para uma discussão acalorada. Mas foi a primeira
vez.
E foi
por um motivo tão bobo, sabe...
Mas
acordamos bem hoje, e isso é o que importa.
Bom, é
que eu espero.
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O
Robinson veio me pedir dinheiro, depois de meses sem falar comigo. Apesar de
que eu não fiz nenhum esforço pra tentar entrar em contato com ele.
Estava
devendo um dinheiro por aí e precisava urgente.
Perguntei
pra quem ele estava devendo, mas ele não quis dizer. Disse que não podia.
Então
eu não emprestei. Até porque, se eu emprestasse o tanto que ele queria, ficaria
com o orçamento apertado e, bom... Nós dois sabemos como o Robinson é...
Provavelmente ele iria se “esquecer” que deve pra mim.
Não era
a primeira vez.
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Os pais
da Karen vêm semana que vem visitá-la.
Eu
estou bastante nervoso.
Você
não estaria?
Não,
né?
Mas ela
me acalmou um pouquinho. Disse que eles são pessoas boas e tranquilas.
Mesmo
assim, são os pais, sabe... É uma grande coisa.
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Esses
dias eu estava vendo alguns vídeos antigos e me espantei ao ouvir a sua voz.
Tinha
me esquecido, apagado, ou como quer que os psicólogos chamem, da minha mente. O
que eu temia aconteceu. E eu nem percebi.
Isso me
assusta bastante.
Tentei
me lembrar do seu cheiro, do seu perfume, mas também não consegui.
O seu
cheiro no hospital é quase nulo agora.
Estou
preocupado. Será que alguns vídeos antigos e fotos serão o suficiente para te
manter viva na minha mente?
Parte 15 do conto de Lucas Beça
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