Lucas
encara o notebook. Fecha os olhos. Tira os fones de ouvido.
Sai
de casa com um copo de café na mão. Senta no murinho da varanda. O celular
vibra. Tira-o do bolso e vê a notificação.
Sorri.
Entra
dentro do carro e vai em direção ao centro. Aumenta o volume. A música é boa,
mas seu rosto fica sem expressão.
Entra
em uma loja. Um homem tenta socá-lo. Ele desvia. O homem cai. Ri.
Os
dois entram numa padaria para tomar um café. Os dois riem por qualquer piada
sem graça que fazem.
Olham
para fora.
A
cabeça de um monstro gigante aparece na rua de trás.
Pessoas
gritam, correm. Pandemônio. Em questão de segundos a calmaria de fim de tarde
se desintegra.
Policiais
vão para lá.
Os
dois se olham. Pedem a conta.
O
homem vira-se para Lucas.
- Dá
pra pagar dessa vez? A próxima é por minha conta.
O
barulho aumenta. Os funcionários e os outros clientes da padaria saem correndo.
O
som cada vez mais perto.
Lucas
termina seu pão de queijo. Olha para o amigo.
-
Pois é. Melhor a gente ir também.
Conto
de Lucas Beça
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