Estou aqui tomando o meu
café da manhã, que consiste em um pão na chapa e um café, na padaria da
esquina. Poderia até dizer que esse é o desjejum do paulistano. Alguns se
arriscam e pedem um pão de queijo.
Deixo minha mente ir
embora relembrando um verão quente que passei no interior gaúcho, entre uma
mordida e outro gole. Ao fim da tarde podia-se ver os visitantes daquelas terras
estranhas saírem com suas famílias em direção às grandes praças, levando apenas
algumas cadeiras de praia e é claro, o chimarrão.
Uma vida tranquila:
trabalho durante o dia e conversas jogadas fora no fim de tarde debaixo de uma
árvore. Uma coisa tão banal e pouco apreciada por aqui.
Coisa tão distante...
Então paro um pouco e desperto de meu devaneio. Olho para o copo e o pão pela
metade. O padeiro sai lá de dentro, coloca outra fornada de pães franceses na
cesta e volta rapidamente para mais trabalho. Dois senhores ao meu lado
discutem sobre o jogo da noite passada, já tomando o café preto saideira. O
atendente do caixa cobra cinco reais de pães de uma senhora de idade com
olheiras fundas.
De repente meu olhar
sobe um pouco e encontra o relógio de parede que marca seis e dezessete.
Atrasado de novo...
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