Crônica
de Gustavo do Carmo
A expressão que eu ouvi em
algum lugar dava um ótimo microconto, conto ou mesmo um post no Twitter. Que
poderia cair na boca do povo e ser eternamente lembrado na história da
literatura. Eu poderia ficar rico e famoso. “Gustavo, você é um gênio!” Foi só
o tempo de dizer mentalmente esta frase e imaginar o sucesso que a ideia
rapidamente se perdeu entre tantas no meu cérebro.
Como um crime, tento fazer uma reconstituição. Refazer os passos do suspeito. No meu caso literário, ler novamente a matéria de jornal para tentar reencontrar a ideia. Ou procurar na internet o comercial ou o programa de televisão de onde a inspiração teria saído. Não consigo reencontrar. E começa uma ansiedade que me domina o dia inteiro.
Já ouvi muitas vezes: “Ah,
por que você não anota?”. Mas o problema
é justamente esse. Em primeiro lugar eu não vou sair correndo como um
louco só para anotar uma ideia. Depois, a minha ansiedade pela ideia perdida é
justamente para anotá-la, pois há uma fila imensa de ideias registradas em dois
cadernos, uma agenda de papel, dois celulares e um tablet.
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E a vida fazer o que neh! ^_~