Microcontos de Gustavo do Carmo
Doce
Era um
doce. Tornou-se estúpido e agressivo para não atrair mais formigas e abelhas.
Beijo 1
Ainda
sente o doce sabor do seu primeiro beijo. Para ela foi uma experiência amarga e
terrível.
Beijo 2
Roubou um beijo. Foi preso por ter furtado um doce de coco da padaria.
Acabou-se
— Acabou-se
o que era doce. Disse o pipoqueiro, ao anunciar que só tinha pipoca salgada.
Presente
Ela
fez doce porque o marido não quis lhe dar um presente que estava com preço
salgado.
Janela
Jogou
seus sonhos pela janela. Os doces estavam mofados.
Copo na cara
—
Agora fiquei doce! Disse o cafajeste após levar na cara um copo de suco de uma
mulher que ele tinha cantado.
Caramelo
Agora
ele ficou doce. Que nem caramelo. Foi devorado por abelhas antes de alcançar o
seu Camaro amarelo.
Ilusão
Teve
uma doce ilusão. A realidade foi bem amarga para ele.
No mar
Para
ele não foi nada doce morrer no mar. Morreu afogado, engolindo um litro de água
salgada.
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