Assim que cheguei

 


Desci da nave e vi que não tinha ninguém me esperando.

Meu casamento tinha acabado, mas minha carreira decolado. Fui promovido e na próxima missão teria mais responsabilidades. Uma grana preta. Seria um dos astronautas mais bem pagos da minha geração.

Para quem estava vendo de fora, não podia estar mais feliz.

E aí, cara, ouvi que a sua mulher te largou, disse um amigo meu.

Pois é, cheguei em casa e vi um envelope com o divórcio. A casa com quase nada de mobília, sem decoração nem nada.

Caramba, se precisar estou aqui, cara.

Tudo bem, valeu. Tenho a próxima missão para me preocupar.

Treinei, me preparei, dei o melhor de mim. Concentrado, comovido, pronto para tudo o que viesse.

O novo planeta a ser explorado era Kropta.

A equipe estava sob minha liderança.

Caminhamos um pouco e logo um monstro de três braços matou um dos meus.

Lutei contra ele. Seu sangue era azulado. O fiz sangrar.

Corremos para a nave, mas outro apareceu. Ela foi danificada no decorrer da luta.

O astronauta perdido foi enterrado com honra.

Mandamos um sinal de resgate e tivemos que sobreviver por mais três dias.

Minha ex me mandou uma mensagem de texto quando voltei. As notícias da missão estavam em todos os lados.

Descobrimos a primeira forma de vida fora da Terra.

Voltaríamos mais preparados da próxima vez.

 

 

Conto e ilustração de Lucas Beça

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