Ele me disse alguma
baboseira.
Fiquei pensando. Era
uma verdade. Era filósofo de botequim. Já estávamos na quarta garrafa.
Não disse nada.
Continuei bebendo.
Meu celular tocou.
Mensagens. Toda hora mais mensagens. As pessoas perderam a habilidade de apertar
o botão verdinho. Que na verdade não é mais um botão.
Respondi a mensagem.
Mais uma inútil.
Como a maioria. Alguém perguntando se ele estava tudo certo. Querendo
"conversar".
As pessoas na praça
andavam de um lado pra outro. Mendigos, caras de banho tomado, gostosas de
shortinho. Riam, não riam. Se achavam o centro do universo, naquela cidadezinha
minúscula.
Coloquei o celular
de volta no bolso. Ele apitou mais uma vez.
Meu amigo me
perguntou alguma coisa relacionada a futebol. O Corinthians tinha perdido
na quarta?
Peguei o celular
mais uma vez.
“Oi que tá fazendo
de bom?”
Não respondi.
Apenas coloquei o
celular de volta no bolso.
Conto de Lucas Beça
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