Não conseguia mais se concentrar.
A internet destruiu seu poder de foco,
determinação, garra, etc.
Na adolescência, quando estudava em uma das
piores salas da escola, talvez até da cidade, ele simplesmente abria um livro e
o lia enquanto os colegas à sua volta botavam fogo e faziam o pandemônio.
Agora nem um simples filme é terminado. Nada.
Músicas são puladas de faixa em faixa, incompletas, desconexas. Livros,
começados, ficam perdidos nas prateleiras, nas pastas do computador ou do
tablet.
Não sabe o que fazer.
Passa o dia trabalhando. Chega em casa e
fica mais estressado com o comportamento desviante.
Uma...! Olha, nem sei te dizer o quê!
Que coisa de louco.
As redes sociais e suas linhas do tempo
intermináveis o deixaram inquieto.
Absorto, reflete sobre a mente.
Se propõe a ler um livro por vez.
Um álbum por dia. Completo, do começo ao
fim.
Um filme por dia. Até depois das letrinhas.
Chega das redes sociais que o tornaram
anti-social.
Respira fundo.
Vai dormir. Amanhã ele começa.
Conto de Lucas Beça
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