Jorge e o visitante – Parte 5



Jorge saiu de casa atordoado. Mal encostou o portão, deixando a casa aberta. Começou a perambular em direção à praia. Esbarrou em uma mulher, caindo e esfolando a calça na área dos joelhos. A moça tentou ajudar. Ele rapidamente se levantou e continuou a andar. Com tudo que tinha em sua cabeça nem sequer ouviu o que ela disse.


Estava suando como um louco. Seu coração batia acelerado, como há alguns minutos quando reviu o alien. As pernas bambas quase não o deixavam andar.

Mas continuou, como se a praia fosse um eldorado, e faria tudo aquilo desaparecer. Seu estado era tão lamentável que não viu um carro vir em sua direção quando atravessou a rua de uma esquina para outra. Por pouco ele não foi pego.

O motorista freou de última hora, buzinando e gritando após Jorge ter chegado ao outro quarteirão. Mas ele também não conseguiu ouvir o que o cara gritava para ele. Apenas continuou.

Ele chegou à movimentada rua próxima a praia, mesmo para uma quarta-feira de manhã. Parou. Encostou-se no poste de luz e tentou respirar fundo. Ainda suava. Apertou os olhos. Sua visão meio turva melhorou um pouco. Sentiu um vento frio que gelou sua espinha. Olhou para a rua. O semáforo fechado. Atravessou.

Na areia foi tirando os sapatos enquanto andava em direção ao mar. Deixou os para trás. Quando sentiu a água fria em seus pés seu corpo começou a relaxar. Continuou a entrar mar adentro até as ondas o cobrirem até o seu peito.


Última parte do conto de Lucas Beça

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