Cobalto é
um homem pobre que está andando pelas ruas. Ele é pobre e isso não é motivo
para ele viver sua vida de forma miserável. É apenas um fato. Seu nome é
Cobalto, e nunca ele soube o porquê de ter esse nome. Sua mãe se recusava a
dizer, falando que estaria escrito em seu testamento e aí então ele poderia
lê-lo quando ela morresse. O testamento era uma folha de caderno escrita à mão
escondida dentro da gaveta de calcinhas.
Ele anda
tranquilamente, até que vê, no chão, uma nota de 10 reais. 10 reais! Mas que
felicidade, Cobalto! 10 reais! Ele não faz cerimônia alguma. Dá um mergulho em
direção a nota, para que ninguém mais a veja ou que o vento a leve embora. As
pessoas em sua volta sentiram um pouco de desconforto com aquele homem sem
graça pulando e esticando os braços a algo no chão, mas em poucos segundos
voltaram a encarar o destino, indo pra cá ou pra lá.
Mas o
vento acha que seria mais legal que ele fizesse algum esforço para conseguir
aquela nota de 10 reais. Ela voa na direção da rua. Ele vai atrás. Um carro vem
a toda velocidade. Cobalto pega a nota nas pontas dos dedos e por pouco não é
atropelado.
Ele
segura a nota bem firme, para que não escape e tira a sua carteira velha do
bolso. Tinha aquela carteira há mais de 20 anos. Estava caindo aos pedaços. Ele
olhou para o outro lado da rua e viu uma loja de um e noventa e nove. Uma
daquelas em que hoje em dia a maioria das coisas não custa um e noventa e nove.
Atravessou e entrou na loja.
Saiu da
loja com uma carteira nova, e a felicidade estampada no rosto.
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