- Ô Amadeu, é o Pedro, tudo bem?
- Pedro! Que você quer?
- Então, cê ligou pra mim. Que tem o carro?
- Meu, já passou uma semana. Cê acha que o carro ia ficar esperando sua boa vontade? Não precisa mais, já arrumei!
- Que é isso Amadeu? Que bronca é essa?
- Nenhuma bronca não Pedro! E aí, consertou o carro da tal da Marilda?
- Marilda? Que Marilda Amadeu?
- A Marilda do carro verde que mora aí perto da sua casa.
- Não conheço nenhuma Marilda não cara, tá louco?
- Conhece sim, claro que conhece. Você tava arrumando o carro dela no dia que eu liguei pra você na semana passada, num lembra mais?
- Amadeu, num é Marilda. É Amarildo, “seu Amarildo”. Aquele senhor da banca de jornal da estação tá lembrado?
- Ah, é?
- É sim.
- Ah, tá.
- E quem é essa tal Marilda?
- Ah, esquece.
- Mas como esquece cara? O negócio te deixou tão nervoso assim? como esquece?
- Esquece Pedro. Olha, desculpa aí meu nervosismo. Pensei que era outra pessoa. Quando dá pra você vir aqui?
- Ué! Como assim?
- Pra ver o carro!
- O seu?
- Não, o do presidente da república! Lógico que é o meu né ô!
- Mas você não disse que já arrumou?
- Já, mas quebrou de novo. Peguei outra chuva. Dá pra vir hoje?
- Hoje num dá. Tenho um serviço pra ver já..
- Onde? Aqui perto?
- É. Pertinho. Aqui na minha rua mesmo Mas vai demorar um pouco.
- É mulher?
- É. Mas já vou avisando que o nome dela é Dalva.
- E amanhã, dá pra vir?
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