de Miguel Angel
Os pés velozes da deusa do erro.
Nenhum mortal do mundo pode escapar às artimanhas de Ate, o Erro.
Com carícias fatais, a engenhosa deusa envolve o homem em suas tramas.
Nisso reside sua finalidade e o maior prazer de sua existência.
Em remotas épocas, Ate morou no Olimpo, fomentando graves discórdias entre os deuses.
Silenciava as conversações amenas que outrora alegravam as conversas nos festins. Fazia que os olhares divinos se perdessem tristes, por escuros corredores.
Fazia que os imortais discutissem de toda forma.
Insinuava ao ouvido palavras que os induzia a errar.
Botava nas costas pesados fardos de culpa nascidas de seus atos falhos.
Certo dia Zeus (Júpiter) cansou de tanta discórdia.
Cansou de ver os deuses se equivocar e de incorrer ele mesmo em tremendos erros. Irado, o senhor do Olimpo agarrou Ate pelos cabelos e a jogou na terra.
Expulsa da sociedade divina, a deusa passou a viver entre os homens.
Começou a perturbar os corações, a desviar a mão que se movia num gesto amável para transformá-la em instrumento de seus enganosos desígnios.
As Preces – humildes e coxas filhas de Zeus –, ainda desfazem muitas de suas intrigas, mas não conseguem reparar completamente o mal que Ate espalha.
Noite e dia seguem os rastros da maléfica divindade.
Mas Ate possui pés ligeiros e, sem se deixar pegar, anda pelo mundo tirando a tranqüilidade dos mortais. Diverte-se os enganando. Fingindo lhes mostrar o bom caminho, leva os homens por vias tortuosas de que só resulta o mal.
Nem sempre as Preces chegam a tempo.
Muitas vezes, quando chegam, Ate já passou e só encontram em seu caminho lamentos de arrependimento ou rebelião.
E já não resta outra coisa que consolar aos desditados mortais, constantemente enganados pelas artimanhas da deusa.
1 Comentários
Como direi...
GENIAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Abraços!