Um



Puta que pariu, murmurou para si mesmo, enquanto corria.
Dois com capacetes, não de motociclistas, mas uns estranhos, que ele nunca tinha visto antes, corriam atrás dele.
Ele estava andando na rua, despreocupado, indo em direção ao supermercado, quando sentiu um cano de arma em suas costas. Entrou em pânico e começou a correr.
Os outros atiraram. Erraram. Ele acabara de dobrar a esquina. Foi até o final.
Desviou numa ruazinha. Mas deu de cara com os dois.
Apontavam as duas armas para sua cabeça.
Ele se agachou.
Não queria morrer.
Não queria morrer e morrer sem saber o porquê precisava morrer.
Haviam confundido ele com outra pessoa?
Caralhonãomemataporfavorcaralho!, disse, com as duas mãos enterradas no rosto.
Ouviu o som de dois tiros.
Logo depois, o silêncio.


Por Lucas Beça

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