MOÇA DO TEMPO

Por Ed Santos

Pela manhã como de costume, eu estava vendo o noticiário da TV e a moça do tempo disse: “a temperatura continua amena e não deve haver nenhuma alteração durante o dia. Na capital, o dia permanece ensolarado como ontem. No interior as temperaturas sofrem uma pequena variação devido uma frente fria que vem do sul, mas as chuvas não devem aparecer. No litoral o tempo continua bom, propício aos esportes náuticos e para o banho. Já na região serrana, as temperaturas apresentam queda no fim da tarde, podendo chegar à nove graus”. Fiquei pensando em como ela havia chegado àqueles resultados. Pesquisas e mais pesquisas, equipamentos de última geração, satélites e medidores espalhados pelos mais diversos cantos deste mundão de meu Deus.

Como não devemos acreditar muito na meteorologia, saí de casa preparado para as quatro estações do dia. Sim porque não existem mais as quatro estações do ano, e o sertão já virou mar, seguindo a profecia da música. Só esqueci de uma coisa.

- Voce pegou o guarda-chuva?

- Não.

- Então volta lá e pega.

- Mas ouvi a moça do tempo falar que vai fazer sol o dia inteiro.

- Só você mesmo pra acreditar na moça do tempo né?

- Mas ela falou.

- Volta.

Lá fui eu de volta pra casa. O pior ficou pro fim da tarde. Caiu um toró daqueles e tive que comprar uma sombrinha no camelô por cinco reais, mais uma capa de chuva transparente, por mais um real. Dois minutos depois percebi que havia feito o mais rápido investimento da minha vida, e também tive o mais rápido prejuízo: a sombrinha quebrou e a capa de chuva enroscou numa grade.

Diante dessa situação, e com a enorme chuva caindo no nordeste e a seca ferrenha no sul (quem diria), ainda tenho que conviver além de tudo, com o receio de a qualquer momento ser abatido pelo vírus da tal da gripe suína.

Tá difícil mesmo de acreditar na moça do tempo. Amanhã quando eu sair de casa, boto na mochila uma bermuda, uma jaqueta, um guarda-chuva e uma malha leve pra usar na hora do almoço. Marquei com o pessoal do escritório pra irmos almoçar naquela pensãozinha perto do centro. Vamos comer uma feijoada pra provar que de gripe suína a gente não tem medo. E ao chegar em casa à noite, depois de ficar parado no trânsito por três horas por causa da chuva, tomo um chá de limão que minha mãe me ensinou e quero ver gripe alguma me pegar; Aaaa...tchim!!!

Postar um comentário

0 Comentários