O pai foi tentar a sorte em Brasília. Nunca mais deu notícias. Depois, a irmã mais velha foi trabalhar em Belo Horizonte. Aos dezesseis anos abraçou, emocionada, a amiga de infância, que foi morar em Porto Alegre. O primeiro amor partiu com destino a capital, onde embarcaria para estudar nos Estados Unidos. Estava com vinte e dois anos quando viu a mãe ir embora para São Paulo encontrar-se com o novo namorado e, de lá, juntos, voarem para Paris.
A
rodoviária deixou de ser o amargo passeio onde Miraela se despedia de pessoas
tão queridas em sua vida para se tornar o seu árduo sustento. Trabalhou na
bilheteria de uma empresa de ônibus. Durante quarenta anos testemunhou, por
inúmeras vezes, as mesmas despedidas que viveu.
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