Conto de Gustavo do Carmo
Vindo da sala de cirurgia o berro suave do bebê anuncia o nascimento da primeira filha de Marcos, filho mais novo de Dona Geralda. Ele recebe a notícia da enfermeira que assistiu a cesariana e começa a chorar emocionado.
Depois de babar pela filha através do aquário do berçário da maternidade por alguns minutos, entrar no quarto da esposa para beijá-la e esperar a menina recém-nascida para dar os primeiros chamegos de pai ele saca o telefone celular do bolso e faz uma ligação.
— Nasceu! É uma menina.
— Ah, que bom, meu filho! Meus parabéns!
— Obrigado.
— Sua mãe ia ficar muito feliz. Ela queria tanto um neto.
— Pois é, tia! Ela agora vai ter três. A minha irmã está esperando gêmeos para o mês que vem.
— Que ótimo, filho! Mas onde quer que a Dona Geralda esteja, ela, com certeza, está orgulhosa de vocês. Pena que vocês tiveram os seus filhos tarde demais. Ela acabou morrendo antes.
— É, titia. Obrigado. Quando a senhora puder, passa aqui para conhecê-la.
— Pode deixar. Mas vou esperar elas chegarem em casa para fazer uma visita. Não suporto hospital.
— Tá bom, tia. Obrigado. Agora deixa eu desligar que eu vou ligar para o meu pai pra avisar que a minha filha nasceu. Ele não queria ser avô mas está muito ansioso pela notícia.
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