Uma história de--: Quatorze



Uma hora depois a campainha tocou.
Lívia abriu os olhos, mas continuou deitada. Marcelo continuou dormindo.
A campainha tocou mais uma vez.
Ela levantou-se e foi até a sala. A campainha tocou mais uma vez.
Já vai!
Pela janela ela viu um homem com um uniforme azul. Segurava uma prancheta e uma pequena caixa.
Ela abriu a porta.
Oi. Entrega.
Pô, cara, são... Sei lá, oito, nove horas.
Ele não disse nada.
Lívia colocou a chave na fechadura.
É o meu livro?
Não sei.
Ele olhou na nota fiscal.
É, dois livros.
Ela abriu o portão.
Ele entregou a caixa a ela. Em seguida pediu para assinar.
Lívia assinou.
Valeu.
Tenha um bom dia.
Você também.
Lívia fechou o portão. O homem de uniforme azul entrou no caminhãozinho. Ligou-o e foi embora.
Ela abriu a caixa com a chave. Eram os dois livros do Bukowski que ela havia pedido pela internet uma semana antes. Pegou o que estava em cima de passou o dedo polegar pelas páginas.
Na verdade já havia lido os dois livros emprestados de um amigo, mas queria ter em sua estante. Talvez nem fosse lê-los algum dia.
A vizinha da casa ao lado passou com sua filha de quatro anos.
Bom dia, tia Lívia.
Bom dia, amorzinho.
A mãe também deu bom dia.
Lívia entrou, pôs a caixa sobre a mesa da cozinha e voltou a deitar-se ao lado de Marcelo.


Último capítulo do conto de Lucas Beça


Primeiro capítulo

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