Marcelo acordou no meio da madrugada.
Sentou-se na beirada da cama. Uma dor de cabeça começava a querer aparecer.
Comprimiu os olhos e isso não ajudou. Coçou os cabelos bagunçados. Levantou-se.
Pôs os chinelos e começou a andar.
Ouviu um crack e parou.
Merda!
Abaixou-se, ainda no escuro.
Tateou o chão e achou os óculos partido
em dois. Passou a mão e percebeu a lente direita trincada.
Como que você veio parar aqui?
Foi em direção ao banheiro. Acendeu a
luz. Deixou os óculos partido em cima da pia. Começou a mijar.
Deu descarga e parou em frente a pia,
apoiando o corpo sob os braços esticados. Arregalou os olhos, mas logo deixou
que voltassem à posição sonolenta. Pressionou o rosto com as pontas dos dedos.
As olheiras estavam fundas. A barba por fazer. Dois pelos nasceram na ponta do
nariz.
Caralho, viu...
Lavou as mãos. Secou-as. Pegou as duas
partes. Antes de apagar a luz e sair do banheiro olhou fixamente o espelho por
um instante.
Primeiro capítulo do conto de Lucas
Beça
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