Estou
entrando naquela fase da vida em que as novas bandas não me agradam mais. Não me
impressionam mais. Parecem todas iguais.
E
volto pra aquelas velhas da adolescência. AC/DC, Foo Fighters, The Police, Guns, Dave Matthews,
etc.
E
quando uma dessas lança algo novo… sei lá. Parece estranho. Não é tão legal
quanto era antes.
A
minha relação com a música anda diferente. E não sei de quem é a culpa.
Se
antes eu colocava um CD pra tocar e o escutava até o fim, depois colocava outro
e às vezes voltava naquele primeiro, agora fico pulando de faixa em faixa.
A
moda são as playlists.
Mas
aí você coloca uma pra tocar e fica pulando de faixa em faixa até achar uma
música legal.
Vivo
adicionando álbuns na minha biblioteca que nunca escuto.
Às
vezes chego a pensar: chega! Para com isso. Pega umas cem músicas e passa os
próximos seis meses só escutando elas. Depois pega mais cem e faz a mesma
coisa.
São
muitas opções.
O
acesso a tudo tira um pouco da intimidade com as músicas que você tinha em CDs ou
no mp3 ou mp4 (tive uns três desses durante a adolescência). E você realmente escutava.
Mas
também tem o fato de que toda essa “multi-tarefa milenial” trouxe a música para
um patamar de plano de fundo.
Você
põe a música lá e vai fazer outra coisa.
Lava
a louça
Lê
Corre
Faz
caminhada
Malha
Trabalha
Sei
lá.
Lembro
de simplesmente deitar na cama, colocar o fone e ouvir álbuns inteiros no meu
mp4 velho.
Lembro
dos recortes de jornal do meu time favorito quando ele jogava e ganhava. Punha todos
dentro de uma pasta catálogo.
De
rebobinar as fitas VHS
Gravar
o filme do homem-aranha na globo, com dois anos de atraso do cinema
Da
locadora e do ódio que sentia quando tinha que pagar pelo atraso.
De
ligar pra alguém no celular.
Texto de Lucas Beça
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