TUDO NA CABECEIRA - 'Vinho & Guerra'



 É certo dizer que você leitor do 'Tudo Cultural' já leu algum livro da época ou sobre a Segunda Guerra Mundial, pois bem, este título que vos trago, deriva-se desta época, porém, a meu ver é algo diferente, que vai mexer com seus pensamentos, vale a pena ler este post e compartilhar.



 Como foi escrito este livro? Pois bem, Don e Petie Kladstrup, tiveram a honra e tarefa de entrevistar produtores de vinhos na França, o mais curioso, é que eles não caíram na tentação de fazer um livro de ficção juntando as diversas histórias daquela época, o livro além de mostrar capítulos desconhecidos da Segunda Guerra Mundial, levanta várias questões, como a que faz nos perguntar nos tempos atuais, porque Hitler saqueou o máximo de vinhos do território francês, sendo que ele mesmo detestava a bebida? Aliás, Hitler, não sabe o que perdeu.

 Os dois autores narram as duras condições impostas aos produtores de vinhos franceses pelos ocupantes alemães, foram entrevistados pessoas ainda vivas daquele tempo e descendentes. O livro também mostra a ação da resistência francesa nas zonas vinícolas da França, com as constantes sabotagens que tanto irritavam os alemães. Sem falar nos produtores de vinho que ajudam a resistência. Uma das histórias do livro fala sobre um produtor de vinho francês que precisava levar uma encomenda de vinho até a zona livre (ou zona não ocupada). Em algumas de suas viagens, levava pessoas escondidas em seus barris de vinho até a zona livre, para de lá fugirem para Londres, para juntar-se às Forças Francesas Livres, comandadas pelo general Charles de Gaulle.
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COLHEITA EM CHAMPAGHNE, 1941 (Foto :ACERVO SEGUNDA GUERRA MUNDIAL)



  Durante a narrativa, não é difícil encontrar passagens engraçadas sobre as sabotagens da resistência e dos próprios franceses aos alemães, como a história do porquinho chamado "Adolf" e dos soldados alemães que beberam laxante puro, pensando ser Gim. Porém, o livro nos mostra também muitas passagens tristes e obscuras da ocupação: os saques e o colaboracionismo. 
  Os produtores de vinho franceses, com medo de que seus melhores vinhos fossem saqueados e passassem a figurar na adega de Hermann Göring – o gordo bonachão que liderava a Luftwaffe (força aérea alemã) – construíam paredes para esconder seus vinhos, dos quais muitos eram raridades, dos nazistas. 
  Já o colaboracionismo é tratado de forma muito delicada no livro, já que muitas pessoas se recusam a falar sobre esse assunto na França atualmente e não é para tanto. Estima-se que pelo menos 200.000 pessoas foram levadas aos tribunais franceses acusadas de colaborar com o inimigo. Além disso, vemos a história dos prisioneiros de guerra franceses no campo de prisioneiros, que era muito diferente de um campo de concentração, já que os prisioneiros de guerra não eram submetidos aos trabalhos forçados, e dos homens alsacianos, que eram obrigados a servir ao exército alemão.

 O livro contém 254 páginas, na versão em português da editora Jorge Zahar, 2002, o preço varia entre 30 e 55 reais. Eu recomendo a leitura, é ótima para quem gosta de literaturas da Segunda Guerra Mundial, para quem gosta das histórias que envolvem o vinho e para quem gosta de um bom livro.


                                           Resumo e Publicação : Weverton Galease

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