SOMENTE AGORA 2

Conto de Gustavo do Carmo 



Toca o celular. Selton atende e ouve uma voz conhecida, mas de péssimas lembranças. 


— Alô, Selton? 


Ele desliga o celular. Queria evitar conversa com aquela senhora desagradável. O celular tocou novamente. 


— Alô, Selton? 


Desligou novamente. O celular não desistiu de tocar. No décimo toque, ele atendeu irritado. 


— O que você quer, porra?! 

— Pôxa, Selton. Eu queria te desejar Feliz Ano Novo. E pedir desculpas pelo que fiz com você. 

— Agora é tarde demais, né? Eu tentei te pedir desculpas... 

— E eu aceitei. Cortou. 

— Aceitou nada. Fingiu que aceitou. Foi mais calorosa pra falar das suas afinidades com o Severino do que pra me perdoar. Por que esperou só até o Ano Novo? Vai me procurar só duas vezes por ano? 

— Eu tentei te mandar um e-mail no seu aniversário, mas voltou. Parece que você me bloqueou de todas as redes sociais. 

— E bloqueei mesmo! É para eu não ficar me lembrando de você. Sou muito ansioso. Tenho medo de ficar te ameaçando. 

— Não ameaça não. Da onde você tirou isso? Olha, a minha vida deu uma guinada de 180º. Mudou muita coisa nela. Me separei do meu marido, depois ele morreu. Me casei de novo. Engravidei da minha segunda filha. Comecei a trabalhar como produtora, depois fui promovida a repórter na afiliada. Estou para ser transferida para Natal... 

— Eu sei. Mudanças essas das quais eu não participei, mas o Severino sim, né? 

— O Severino é uma pessoa maravilhosa. Encantadora. Frequentamos a igreja batista juntos. Somos... 

— Chega! Só sabe falar maravilhas desse cangaceiro! E contar vantagem! Cansei da sua falsidade. Me boicotou no trabalho da faculdade. 

— Mas foi você quem não quis fazer comigo! Não seja injusto! 

— Deixa de ser leviana, porra! Eu realmente não quis fazer porque você e o Severino faziam corpo mole. Só respondiam e-mails na véspera das aulas e só entregavam o que eu pedia na última hora e quando atendiam. E ainda erravam. No dia da aula quando não era você que faltava era o Severino. Assim ficava difícil fazer trabalho de grupo. Mas só foi eu virar as costas que vocês combinaram o trabalho com o Eduardo. Além do mais escolheu um tema bem complicado pra eu não participar. Você sabe que eu odeio política. Selton disse isso com um tom de nojo. 

— E eu odeio cultura. Você sabe que eu amo política. Aí é egoísmo seu! 

— Devia ter sido franca, então! 

— Mas eu fui! Você podia entrar no nosso grupo. Você mesmo pediu para editar as imagens. Eu ia colocar o seu nome. 

— Foi nada. Ficou fugindo. E eu não sou gente encostada, como você odeia! Eu queria participar. Mas participar de algo que eu entendesse. Aliás, nem vocês entendiam o que iam fazer. Não quero mais tocar nesse assunto. Cansei das suas mentiras! 

— Eu menti? 

— Mentiu sim. Na última aula do Peixoto eu te perguntei onde você ia almoçar e você me disse que ia para casa. Precisei almoçar fora e o Waldisney me encontrou e disse que você tinha ido almoçar com o Severino. Queria é almoçar a dois com ele, isso sim! 

— Mas eu ia pra casa mesmo. É que o trabalho deu um problema e precisei voltar à tarde. 

— Ah, chega de mentiras! Passe bem! 


E Selton desligou o telefone, que tocou novamente. 


— Está bem. Está bem. Olha, eu estou te pedindo perdão. Somente agora eu percebi que você estava com razão ao querer nos motivar a fazer o trabalho, que você queria fazer amigos. Somente agora eu percebi que você é apaixonado por mim, mas respeitava o meu casamento. Somente agora li os seus contos e percebi o quanto você ficou magoado comigo. Me perdoa se eu te decepcionei. 

— Só te perdoo com duas condições: primeiro, se você me arrumar um emprego. 

— Mas é difícil. Você mesmo se afastou do jornalismo. Não quer ser mais jornalista. 

— Você mesma disse que eu escrevo bem. Ou estava mentindo como sempre? Não disse que eu me dou melhor como jornalista de internet? Então? Me arrume uma vaga como redator. 

— Eu vou ver lá na emissora se tem alguma vaga no portal. Mas é difícil. E você vai ter que encarar entrevista, processo seletivo. 

— Pelo que eu fiquei sabendo, você não passou por processo seletivo nenhum, muito menos entrevista. A não ser o teste do sofá. 

— Passei sim! Quem te disse que não? E me respeita, tá? 

— E você me respeitou? Foi logo julgando as minhas atitudes! Ah, quer saber? Vai se foder! E desligou novamente. 


O celular voltou a tocar. 


— Está bem, vou ver o que posso arrumar. Qual é a outra condição? 

— Que você me chame todos os dias para conversar na internet. Eu vou te desbloquear no MSN se concordar. 

— Ué??!! É só combinar que eu fico online. 

— Mentira! Você ficava sempre online, mas nunca me chamou. E ainda assim, eu não me sinto confortável de estar sempre chamando. Eu fico sendo sempre o chato, o pedinte. Desça do pedestal e me procure. O dia em que eu tiver confiança em procurar sem ser chato aí eu te procuro. 

— Está bem, Selton. Vou tentar. A minha vida está tão corrida, quase não tenho acessado a internet. Estou providenciando a mudança para Natal. 

— Deixa de ser mentirosa. Eu sei que você vive na internet e atualizava o seu Facebook. Quem tem tempo pra atualizar rede social boba tem tempo para conversar na internet. Se não me procura é porque não quer mais manter laços de amizade. Cansei dessas desculpas que ouço há mais de dez anos! 

— Mais alguma coisa? Perguntou Anastácia, com ironia. 

— Se puder, me indica para alguma editora de livro. Você é amiga da coordenadora, que é escritora. 

— Você é exigente, hein? Tá pedindo demais! Vou ver o que posso fazer. Mas continuo achando que você precisa se tratar. 

— Paga a terapia pra mim! 

— Ué? Paga você. Você tem dinheiro. 

— Não vou pagar por algo que não funciona só pra enriquecer psicólogo! Assim vou me quebrar financeiramente. Só preciso que me aceitem do jeito que eu sou. Se está com tanta má vontade de voltar a ser minha amiga por que me ligou pra desejar Feliz Ano Novo, então? 

— Me bateu uma saudade das nossas conversas. Mas é você que está com má vontade de me perdoar. Já desligou na minha cara umas quinze vezes, está me tratando mal e está impondo mil condições para me perdoar. 

— Porque quando eu pedi perdão dizendo que o ódio e a mágoa estavam me fazendo mal, vocês ignoraram. Mas agora querem perdão. Vocês acham que podem tudo, mas eu não consigo nada que quero. Depois ficam me jogando na cara, me dando lição de moral dizendo que ninguém consegue nada fácil. Se eu não posso conseguir nada fácil, por que que vocês podem? Que injustiça é essa? Que hipocrisia é essa? Também estou de saco cheio da sua falsidade, da sua cara-de-pau, do seu cinismo! Não confio mais em você, se quer saber. Já estou vacinado contra gente hipócrita, falsa e esnobe como você! Entendeu ou quer que eu desenhe? 

— Ok. Faça o que você quiser. Feliz Ano Novo. 


Selton não percebeu, mas Anastácia estava com uma voz embargada quando disse a última frase e desligou o telefone. 


*** 


Uma hora depois toca o celular de Selton novamente. Não era Anastácia tentando mais uma vez reatar a amizade e sim uma voz com sotaque nordestino muito conhecida de ambos. 


— Selton? 

— O que é? Rosnou. 

— A paz. 

— Enfia a sua paz naquele lugar da Anastácia! 

— Ó o respeito, cara! Ó o respeito! Você já tá me devendo uma por causa daquela ofensa à minha religião. Intolerância religiosa é crime, sabia?

— Só porque eu falei a verdade? Que você só usa a sua religião pra cantar a mulher dos outros, mas na hora de perdoar não perdoa? Isso é hipocrisia! Pronto! Falei de novo! Agora manda me prender. 

— Não vou te prender. Pôxa, eu não te respondi porque não queria voltar a falar com você naquele momento. Ainda estava magoado pelo que você disse de mim sobre não querer fazer mais os trabalhos comigo. 

— Não quis porque você e a Anastácia ficavam me enrolando! Não vem virar o jogo, não! Se não quisesse falar comigo que respondesse na hora, assim como fez um amigo meu quando eu briguei com ele. 

— Tudo bem. Somente agora vi o quanto fui injusto com você, apesar de ter sido injusto comigo também. Quero te pedir desculpas. 

— Aliás, você e a Anastácia combinaram na cama de ligarem pra mim? Ela já me ligou. 

— Que Anastácia, cara?! Faz um tempão que eu não a vejo. Estou morando aqui em Natal. 

— E ela vai morar em Natal, seu traidor! Ah, quer saber de uma coisa? Vá se catar! Você e a Anastácia se merecem! E Selton desligou o telefone. 


O telefone voltou a tocar. Era Severino novamente, que continuou. 


— Cara, eu não estou com ela, não. De onde você tirou isso? 

— Quer que eu enumere? 

— Quero! 

— Um: ela falou mil maravilhas de você quando pedi perdão a ela. Foi mais calorosa pra falar de você do que pra me perdoar. Dois: as caronas que ela dava pra você. 

— Ela dava carona pra você também. 

— Mas foram poucas vezes. E vocês seguiam a sós até a Washington Luiz. Deixa eu continuar. Três: vi uma conversa entre você e sua prima dizendo que ia lhe apresentar a sua amada, que ela já conhecia daquela festa de casamento que você iria. Com certeza a Anastácia o acompanhou. Quatro: também vi uma mensagem em que desejava andar de moto na chuva e a Anastácia pediu carinhosamente pra você ir com cuidado. Nessa mensagem me deu vontade de dizer “Tomara que caia e morra!” 

— Tu tá fantasiando demais, cara! Não é nada disso! 

— Se não é nada disso, então não quero mais papo. 


E desligou de novo. E tocou de novo. 


— Peraí! Não desliga não! Escuta: o que você quer pra me perdoar? 

— Emprego. Eu te mandei vários roteiros e contos para serem roteirizados. Cadê a vaga na produtora que você me prometeu? 

— Eu não te prometi nada. Mas calma que ainda vai sair. 

— Duvido. É mais fácil plagiarem os meus textos, como já plagiaram, do que sair alguma coisa pra mim. 

— Tá me chamando de ladrão de ideias? 

— Não. Apesar da raiva que eu estou de você, não acredito que você tenha feito isso. Pode ser até que alguém pra quem você mandou tenha plagiado. Mas deixa pra lá. 

— Olha, Selton, está na hora de eu sair para a festa de réveillon. Feliz Ano Novo pra você e que Jesus te ilumine em 2013. Seja feliz, sem ressentimentos. 


Selton desligou sem agradecer nem retribuir os votos. 


*** 


Mais uma hora e ligou outra voz nordestina para Selton. Era Elielson, outro amigo da pós-graduação que ele abandonou e com quem também estava rompido, mas não com tanta raiva como estava do casal Anastácia e Severino. 


— Alô, Selton? 

— Alô? Quem fala? 

— É o Elielson. 

— Oi. Respondeu com frieza. 

— Tá magoado comigo também? Me falaram que você abandonou o curso brigado com todo mundo. Me bloqueou do Twitter, do Facebook, MSN... 

— Um pouco. Não fiquei com tanta raiva de você como fiquei daquele casal que já me recuso dizer o nome, mas fiquei magoado porque você sequer me procurou para manter contato. 

— Poxa, eu te procurei sim. Mas de uma hora pra outra você me excluiu das redes sociais. 

— Só me procurava para perguntar sobre trabalhos da faculdade. Sempre pra pedir favor! Ainda assim quando eu respondia ao seus comentários sobre futebol você nem retornava. Deletei. Vou te desbloquear pra ver se me procura. Se continuar me ignorando te bloqueio de novo e de vez. 

— Pô, cara! Eu acesso pouco a internet. E quando acesso também fico pouco tempo. Recebo tantas mensagens que nem dá tempo de responder. 

— Amigo, tô de saco cheias dessas desculpas. Pelo jeito não sou prioridade nenhuma na sua vida. 

— Eu sei, cara. Mas você tá bancando a criança, né? Seja mais adulto, poxa! 

— E vocês sejam mais compreensivos! Me ignoram, me boicotam e se eu reclamo me chamam de criança! Ah, vai pastar, porra! 

Selton desligou na cara de Elielson, que nem retornou a ligação para desejar Feliz Ano Novo. Seu celular tocou novamente, mas desta vez era Waldisney, que queria saber porque tinha sido bloqueado. Selton explicou que ele estava do lado do casal maldito, pois ficou sabendo que ele os indicou para a afiliada de TV onde estavam trabalhando juntos e estavam sendo transferidos para o Nordeste. Waldisney se defendeu das acusações e os dois repetiram a discussão que Selton teve com Elielson. Só que acabou tudo bem, Waldisney se desculpou, prometeu procurar o amigo com mais frequência, Selton prometeu desbloquear e os dois se desejaram Feliz Ano Novo. 

Em seguida foi a vez de Rodrigo procurar Selton. Com seu sotaque gaúcho, Rodrigo também reclamou porque foi bloqueado até do e-mail (como os outros ex-colegas de pós) e Selton explicou que ele não manteve contato. Este se justificou dizendo que mandou várias dicas de emprego e Selton recusou, pediu para procurar ele mesmo, nunca mais procurou e ainda o bloqueou. 

Pela primeira vez na conversa com os seus ex-colegas de pós-gradução, Selton sentiu-se constrangido e viu que fez errado. Pediu desculpas. Educado, Rodrigo aceitou, desejou Feliz Ano Novo, foi retribuído e tudo pareceu ficar em paz. Rodrigo nunca mais procurou. 


*** 


Enquanto discutia com os ex-amigos, Selton recebeu um e-mail. Era Gabriela, uma moça que nunca falava com ele nas aulas e sempre o olhava atravessada, séria. Ele a achava antipática, mas entendia o porquê. Ela trabalhava na produtora onde teve um desentendimento com Taviane, outra ex-colega de faculdade passada. 



Caro Selton, 



Somente agora li o seu blog e fiquei encantada com os seus contos. Que objetividade! Que perfeição! Que talento! Imaginei cenas em todas as suas histórias. 



Você se cansou de ouvir, quando os professores novos pediam para a gente se apresentar, que eu sou formada em cinema e trabalho na mesma produtora de uma antiga desafeta sua. Confesso que tinha um certo de medo de você pelo que fez com a minha amiga Taviane e li a mensagem em grupo que o Robson enviou te chamando de criança. Concordei com ele, admito, mas... deixa pra lá. O que importa agora é o seu talento. 


Então, sou cineasta e que tal a gente marcar um encontro para discutirmos a produção de um conto seu? Gostei daquele O Amante Suburbano. Muito engraçado. 

Ah, e Feliz Ano Novo pra você, de muitas realizações! 

Desculpa a minha cara feia.rsrs 

Bjs sem ressentimentos 

Gabriela Ribeiro 



*** 


Selton recebeu mais uma ligação. Era Isadora, também colega de curso que já trabalhava em uma grande emissora de TV no Rio e estava se transferindo para a matriz de São Paulo. 


— Oi, Selton? Feliz Ano Novo! 

— Quem tá falando? 

— É Isadora, Selton! Eu fiz pós-graduação com você. 

— Quem te deu o meu telefone? 

— O Waldisney. 

— Ah tá. Feliz ano novo pra você também. Passe bem. 

— Peraí, Selton! Não desliga não. Quero te dizer uma coisa. 

— O que é? Perguntou desanimado. 

— Somente agora acabei de ler o seu romance. É muito bom, mas tem alguns errinhos de gramática e de informações jornalísticas. Você devia ter pesquisado mais. 

— Ligou só pra dizer isso, além de desejar Feliz Ano Novo? 

— Pôxa, Selton! Eu comprei o seu livro! Devia estar me tratando com mais cortesia! 

— Quer que eu te devolva o dinheiro? Me dá o número da sua conta pra eu depositar. 

— Não precisa. Só queria que você fosse um pouco mais educado e mais agradecido. 

— Eu ficaria agradecido se me indicasse para o núcleo de dramaturgia da emissora onde você trabalha. Mas você vai dizer que tá difícil, que eu não estou preparado, etc. Como todos dizem. Dessas desculpas já estou farto. Então, passe bem e Feliz Ano Novo! 


*** 


Selton já estava farto das ligações dos seus ex-colegas de pós-graduação. Parece que combinaram. Ele deixou o curso por volta de setembro do ano anterior e ninguém se preocupou com ele. 


Abandonou o curso por vontade própria. Rompeu com Anastácia e Severino por vontade própria, mas teve os seus motivos, contados nas conversas telefônicas com os dois. Se sentiu traído. Abandonado. E ninguém lhe ofereceu ajuda. De repente, vários estavam lhe procurando. 


A penúltima a ligar foi a coordenadora Silvana. 


— Selton? 

— Quem é? 

— Aqui é a Silvana, coordenadora do curso de pós-graduação. 

— Fala. 

— Eu fiquei sabendo que você abandonou o curso e ainda saiu brigado com os seus colegas? O que houve? 

— Eu não vou contar a história toda pra não me prolongar na conversa. Só quero dizer que fui traído, a mulher quem eu considerava amiga escolheu um tema que eu não gosto só para me desestimular a fazer com ela e ficar com o amante, a professora estava sendo exigente demais e eu não tinha condições de fazer sozinho. Fora o vexame que eu passei por não ser uma pessoa comunicativa e fotogênica. Cansei de gente falsa que só está lá para me puxar o tapete! 

— Calma, Selton. Calma! Eu vou conversar com eles pra resolver o seu problema. Enquanto isso, você pode retomar o seu curso, já que eles se formaram. 

— Não, obrigado. Não tenho mesmo vocação para jornalista. Só o fiz porque eu pensava dar aula de um assunto que eu entendia e gostava, mas também não tenho vocação pra professor. Queria fazer amigos, mas só fiz desafetos. Além do mais esse curso é muito bagunçado, essa faculdade é enrolada, ninguém se entende e você somente agora, mais de um ano depois que eu saí, está oferecendo ajuda??? Sem falar que você sumiu depois que acabamos de quitar as mensalidades! Chega! Eu cansei dessa profissão hipócrita! Ser obrigado a fazer matérias de assuntos que eu não suporto e ainda ganhar pouco??? Estou fora! O jornalista é proibido de ter preconceitos, mas quem é diferente é discriminado pelos colegas jornalistas. Fui discriminado por ser tímido e inseguro! A vontade é processar todo mundo! E exigir o meu dinheiro de volta da faculdade! Mas infelizmente não tenho provas! Passar bem! 


Silvana não teve tempo de desejar Feliz Ano Novo. Selton desligou antes. Tentou ligar para as quatro irmãs, com quem estava brigado. Foi ignorado. 


Consolou-se com mais uma ligação: a desafeta de Anastácia, que também abandonou a pós antes de Selton. 


Rania não deixou de ouvir a opinião sincera de Selton, que cobrou contatos e considerações e explicou porque a deletou do Facebook várias vezes: estava em depressão e não aguentava ler as atualizações felizes da ex-colega. Rania pediu desculpas e prometeu manter contato. Ela se indignou com a versão de Anastácia para o rompimento das duas, de que teria cobrado boa nota para ter Coeficiente de Rendimento elevado. Esclareceu que Anastácia parou de falar com ela porque Anastácia a viu conversando animadamente com Severino, por quem Anastácia já estava interessada. Selton e Rania passaram o réveillon juntos.

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