Por Ed Santos
Em mais um dia de transtornos por causa das enchentes, dois amigos conversam por telefone:
- Oi, Pedro?
- Não. É o Paulo.
- Ô Paulo, aqui é o Amadeu, tudo bem?
- Ô Amadeu, tudo certo. E por aí?
- Fora a chuva, tudo tranqüilo.
- Pois é rapaz, quanta água, né?
- É verdade. São Pedro abriu as torneiras e não quer mais fechar. Escuta, to ligando pra ver se seu irmão pode me ajudar.
- Ele num tá não Amadeu.
- Xi... será que ele demora?
- Num sei não. Já era pra ter chegado, mas acho que a chuva pegou ele. Já tentou no celular?
- Já. Cai na caixa postal.
- É. A gente também tentou pó aqui. Mas diz aí, o que tá pegando?
- Então rapaz. Ontem peguei aquela chuva toda no trânsito e tentei atravessar uma super poça d’água.
- E aí?
- Aí que não consegui né!
- Vixi...
- Então. Aí eu queria ver com seu irmão se ele podia vir aqui pra ver meu carro. Esse filho da mãe me deixou na mão hoje. Logo hoje que eu tinha que ir receber meu benefício.
- Então peraí que eu vou ver aqui com a minha mãe pra ver se ela tem alguma notícia dele. Peraí.
- Tá.
Silêncio. Depois volta:
- Amadeu?
- Oi.
- Então rapaz, minha mãe disse que ele ligou da casa de uma cliente arrumando o carro dela, e que por causa da chuva vai demorar um pouco pra chegar.
- Ah tá! Cliente? Sei.
- É verdade ô!
- Eu sei. Conheço muito bem seu irmão. Ele sempre arruma uma dessas clientes, quando chega pra consertar o carro, demora uma eternidade. E onde ela mora essa aí?
- Pelo que minha mãe falou ela mora aqui perto mesmo. Chama Marilda.
- Que? Seu irmão tá com coisa com minha ex-mulher?
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