Crônica de Gustavo do Carmo
Na última crônica que eu
publiquei no Tudo Cultural, falei da minha preferência, quando era novo, por
mulheres mais velhas para namorar e casar. Com a minha idade avançando, passei
a me interessar também pelas mais novas.
O texto foi ilustrado por três
atrizes norte-americanas: Patricia McPherson, Cybill Shepherd e Lynda Carter. As
belas mulheres não foram escolhidas por acaso. Elas foram as minhas paixões da
infância. Como eram (e ainda são) totalmente inacessíveis para mim, são
consideradas como meus amores platônicos.
Eu tinha até falado delas em um parágrafo. Mas achei que estava fugindo do assunto e deletei. Então, falo neste texto de agora.
Pela Patricia eu me “apaixonei”
na época da primeira exibição do seriado A Supermáquina, ainda no SBT. Ela
fazia a mecânica da fundação que construiu o KITT, o carro robotizado do título
da versão dublada da série para o Brasil, e para a qual trabalhava o herói
Michael Knight, interpretado pelo David Hasselhoff. Chamava-se Bonnie e era assim que eu me
referia a ela quando, na inocência dos meus seis anos, contava para os meus
familiares e coleguinhas.
Cybill Shepherd já era famosa
pelo filme em preto e branco A Última Sessão de Cinema quando estrelou o
seriado Moonlightning, sobre um casal
de detetives que vivia brigando feito gato e rato, mas acabaram apaixonados. O "rato", chamado David, se eu estou lembrado, era vivido pelo Bruce Willis, que foi revelado neste seriado. A "gata", chamada
de Maddie, era a Cybill. Também só a chamava pela sua personagem no seriado
que, na Globo, ganhou o título de A Gata e o Rato, e era exibido, primeiro às
quartas e depois às terças à noite. Posteriormente, passou para os sábados à
tarde, chegando a concorrer com A Supermáquina.
Outra já famosa é a Lynda Carter,
que era, nada menos que a Mulher Maravilha. O seriado passava na Sessão
Aventura, também da Globo, às tardes, mas só fui me interessar pela atriz num
seriado chamado Jogo de Damas, exibido à noite. Dessa eu já não lembro o nome
da personagem e nem da trama do seriado. Só lembro que ela tinha uma amiga loira.
Patricia, Cybill e Lynda. Ou
Bonnie, Maddie e Lynda não foram os meus únicos amores platônicos da infância.
Também já fui apaixonado, por exemplo, pela Deborah Bloch, que na época fazia a
Ana Machadão da novela Cambalacho, pela Giulia Gam, que foi a Jocasta jovem da
novela Mandala, e muitas outras. Até por personagem de desenho animado já fui
apaixonado. A Rita, de Piratas do Espaço. Mas quando eu tinha cinco anos.
Amar platonicamente uma atriz ou
uma personagem de televisão é normal. Até mesmo para quem já passou dos dez
anos. Principalmente para mulheres. Qual mulher (das antigas, claro) não foi apaixonada pelo
Tarcísio Meira, por exemplo? O problema é quando o apaixonado é homem e adulto.
Outro problema, principalmente
para mim, é que, além das famosas e jornalistas, eu também tive muitos amores
platônicos por garotas e mulheres que eu via pessoalmente, como colegas de
escola, curso de inglês, natação e faculdades. E muitas delas não gostavam de
saber que eu era apaixonado. Algumas até me humilhavam. Culpa da minha
incapacidade de conquistar.
Eu não vou listar todas as
mulheres reais por quem já me apaixonei. Só digo que o meu amor platônico começa
quando eu passo a fantasiar, não uma noite de amor, mas uma convivência rotineira.
Só paro quando descubro que a mulher tem filhos, pois quando ela é apenas casada
ou tem namorado, ainda mantenho uma esperança dela se separar.
Já evito me apaixonar e, muito
menos, demonstrar meu afeto por alguém, pois tenho certeza de que será mais um amor
platônico. E não tenho mais idade para isso.
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