O
âncora apresenta o telejornal direto da redação da emissora. O cenário é composto
por uma tela de plasma, que exibe os selos que ilustram as matérias, e um amplo
painel de vidro, com a logomarca da emissora, que desnuda os bastidores da
notícia.
O
âncora faz a escalada. Para quem não sabe, é a leitura das manchetes de todas
as notícias e reportagens que serão exibidas na edição do telejornal. Ao fundo, o repórter chega da rua com a fita
da matéria que acabou de gravar. A editora de imagens recebe a fita e insere no
vídeo-tape. O editor de texto digita no computador, provavelmente, o roteiro
para alguma reportagem ou alguma pauta. O cinegrafista mexe na câmera. A
produtora fala com alguém ao telefone. A repórter passa por ela e é
cumprimentada com gestos. Ela ainda faz um sinal, rodando os dedos, que deseja
falar depois. Depois de algum tempo, desliga o telefone e chama alguém que já
não aparece no vídeo. A repórter que foi cumprimentada reaparece e elas
conversam animadamente. Mais ao fundo, dentro de uma sala também transparente,
um senhor gordo vocifera e gesticula com um rapaz de camisa social. Deve ser o
estagiário levando uma bronca do diretor de jornalismo.
Vinheta
de abertura do telejornal. Na volta, o apresentador deseja boa noite. O gerador
de caracteres escreve o nome do jornalista. Chama a notícia de um avião que
caiu no mar, matando duzentos e trinta passageiros. Ao fundo, o repórter, o
editor, o redator, o cinegrafista, a produtora, o diretor de jornalismo, o
estagiário e a repórter estão sentados em volta de uma mesa. Bebem cerveja. A
produtora começa a cantar e os demais batem palma. O cinegrafista batuca em um
tambor.
Entra
a matéria sobre o acidente. Quando volta, o apresentador, em close, chama a
repórter que está no aeroporto. A câmera abre e ele roda a cadeira virando-se
para o monitor.
Terminada
a participação ao vivo, o âncora anuncia um acidente rodoviário que aconteceu
na madrugada. Na redação o diretor de jornalismo, com a gravata pendurada na
cabeça, rebola em cima da mesa.
O
apresentador chama o giro de notícias pelo país. A repórter está sobre a mesa
dançando e fazendo um strip-tease. Primeiro ela tira o paletó do terninho. Roda
e joga para o estagiário que estava na outra mesa.
É
a vez do noticiário político. O âncora anuncia o segundo dia da CPI. Ao fundo,
a repórter já está de calcinha e sutiã e faz uma dança erótica com o editor,
que fica mais abusadinho e tenta agarrá-la. Esta lhe dá um tapa na cara e desce
da mesa revoltada, pega as roupas e faz um escândalo enquanto se veste. Vai
embora da redação.
Começam
as notícias internacionais. Todas apresentadas pelo âncora. A festa da redação
dá lugar a uma discussão entre o editor que dançou com a repórter e o repórter
que chegou da rua no início do telejornal. Os dois trocam empurrões. Entra a
previsão do tempo que anuncia tempo bom com muito sol e calor.
O
telejornal entra no intervalo comercial. Na volta, começam as notícias esportivas.
O apresentador chama uma matéria sobre o brasileiro que venceu o campeonato de
Fórmula 1. Uma briga generalizada já está instalada na redação, atrás do
apresentador. Computadores e cadeiras são quebrados. Mesas e aparelhos de
vídeo-tape voam.
Agora
é anunciada a matéria sobre a estréia de uma peça de teatro, com um veterano
ator. Lá atrás, homens encapuzados, fortemente armados, invadem a redação.
Apontam os seus fuzis contra os jornalistas. É exibida a matéria. Na volta, corpos
de todos estão estendidos no chão ou debruçados sobre as mesas que restaram da
briga anterior. O editor de texto ainda agoniza tremendo os braços. O apresentador
dá boa noite e encerra o telejornal. Ele arruma várias laudas e tira o
microfone da lapela e o ponto do ouvido. Sobem os créditos.
0 Comentários