TORCEDOR DO DIA SEGUINTE



Crônica de Gustavo do Carmo

Gosto de futebol. Principalmente quando tem um clube carioca e mesmo a Seleção Brasileira para torcer. Aos domingos, na falta de um programa decente na televisão, assisto ao Campeonato Francês, que já assistia mesmo antes da chegada do Neymar ao PSG.
O problema é que eu não consigo ter o prazer de torcer por um clube carioca pela televisão. Todo jogo que eu vejo, o clube do Rio perde. Por isso, evito ver. Já desligo a televisão na quarta-feira à noite ou fico vendo o francês no domingo à tarde. Só tenho visto clássicos cariocas, como o Botafogo x Flamengo pela semifinal da última Copa do Brasil. Mesmo assim, o primeiro terminou em 0 a 0 e o segundo não vi o gol do Flamengo. Em jogos do campeonato carioca, Flamengo e Botafogo sempre perdem ou empatam para um time pequeno ou para o Vasco. E o Vasco ganha dos pequenos. Isso acaba me desmotivando ainda mais a assistir ao jogo pela televisão.

Só fui duas vezes ao Maracanã na minha vida. Uma em 1996 para ver um Botafogo x Palmeiras para arrecadar dinheiro para o alvinegro renovar com o então zagueiro Gonçalves, e outra na decisão da Taça Guanabara do ano seguinte, entre Botafogo e Vasco. O primeiro jogo terminou 1x1, mas eu saí no intervalo para fugir do tumulto, enquanto o alvinegro vencia por 1x0. Na segunda partida, fiquei até o final e o Fogão ganhou por 1x0. Eu, que sou meio botafoguense e meio flamenguista, como torcedor de estádio ainda estou invicto. Mas não gosto de ir a estádio. Tenho fobia social e medo de multidão.

Assim, como ver o jogo pela televisão, ou mesmo pelo rádio, dá azar, prefiro saber o resultado em tempo real, pelo Twitter ou pelo aplicativo do Sportv no celular. Numa época em que não existia internet e muito menos rede social, sabia pelo jornal impresso, o que levou um antigo colega de segundo grau (ensino médio) a me chamar de Torcedor do Dia Seguinte, apelido que ele teria que atualizar hoje em dia. 

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