O CIRCO

Por Ed Santos

No último espetáculo do ano quem pinta o rosto pro trabalho fez a melhor piada. Quis que o trapezista resolvesse uma equação aritmética de ponta cabeça enquanto fazia suas acrobacias lá nas barras suspensas. O resultado deveria ser o número de vezes que o contorcionista desapareceria do picadeiro. Obra do mágico que tinha feito uma aposta com a mulher barbada - quem perdesse iria entrar na jaula dos leões. O auto-retrato havia sido pintado pelo olhar triste do público respeitável; aflição e ansiedade. A probabilidade de acerto da solução do exercício matemático entretanto era mínina, porém maior que a credulidade ante ao efeito da sopa de lentilha da véspera e a camiseta branca. Ninguém percebeu, mas o lenço que o mágico usou era branco. Sorte ou não, alguém já viu mágico usar lenço branco? Só pombo e coelho. Lenço, sempre vermelho. E velho.

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